Bento Azevedo

O conceito de edificações comerciais sustentáveis, os chamados Green Buildings, deixa de ser apenas uma estratégia de marketing para se consolidar como oportunidade de redução de custos.

Essa conscientização tem feito com que o Brasil ocupe hoje o quarto lugar no ranking entre os países que mais têm edificações nesse quesito, segundo informações da Sustentech – empresa assessora no desenvolvimento de projetos com soluções sustentáveis para edificações novas e existentes. O país só é superado pelos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.

Dos 700 prédios verdes computados em 2012, João Marcello Gomes Pinto, sócio-diretor da companhia acredita que para este ano esse número chegue a 1.050.

“Esse tipo de edificação é algo que veio para ficar. Apesar de demandar um investimento maior nas obras, é possível obter retornos favoráveis como consideráveis reduções nas contas de luz e água, por exemplo”, diz, apostando que em 2013 o Brasil ocupe o terceiro lugar no ranking, ultrapassando os Emirados Árabes.

Apesar das apostas otimista no país nesse sentido, ainda há muito o que avançar. Enquanto que as construções Green Building nos Estados Unidos representam 15% do mercado da construção, no Brasil esse percentual fica entre 1% e 2%.

Em termos comparativos nacionais, João Marcelo destaca a cidade do Rio de Janeiro. De acordo com ele, há por lá uma política sustentável muito forte, que concede benefícios fiscais como desconto em IPTU para edificações desse tipo.

“No Rio, estão sendo criados também polos verdes, tudo com incentivos fiscais”, diz, argumentando que na capital paulista a iniciativa fica mais por conta do mercado.

Com essa ideia de redução de custos já enraizada na consciência, não apenas das construtoras, mas da sociedade, João Marcelo aponta que os custos das obras têm apresentado recuo.

“Isso acontece porque o mercado inteiro está voltado para essa direção. Toda a cadeia da construção civil se preparou para atender a essa nova demanda, com produtos que ajudam a economizar nos processo de operação do edifício”, diz.

Contudo, incorporar essa mentalidade no consumidor residencial ainda tem sido um dos desafios para a cadeia do Green Building. “Esse público ainda não consegue perceber as vantagens de ter esse tipo de empreendimento e as construtoras encontram dificuldades em explicar as vantagens que esse tipo de edificação oferece”.

 

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FONTE: Jornal Brasil Econômico
DATA: 24/01/2013