Há cinco anos, a Ernst & Young Terco e a Fundação Getulio Vargas produziram um documento sobre as potencialidades do mercado habitacional, em que o Brasil era “avaliado internacionalmente como um grande mercado na área imobiliária, colocando-se na rota dos grandes investimentos do setor”. Embora a economia brasileira tenha oscilado no período e não esteja tão pujante quanto em 2010, ainda assim o mercado imobiliário “mostra vitalidade”, atraindo investidores nacionais e estrangeiros.
A observação é do presidente da Câmara da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Teodomiro Diniz Camargos, que espera, para o ano, um crescimento do setor da ordem de 3,5%. Ele observa que este desempenho não chega nem perto do apurado entre 2010 e 2011, quando se alcançou uma variação de 11%. “Não há sequer infraestrutura setorial para um crescimento nesses patamares”, pontuou o dirigente, lembrando que na ocasião os empreendedores enfrentaram a falta de mão de obra e até de material.
Na avaliação de Camargos, um crescimento sustentado seria em torno de 5%, o que é possível de ser alcançado. “As perspectivas são muito positivas”, considera, ressaltando o alto déficit habitacional, acima de 5 milhões de unidades, e a elevada entrada de Investimento Estrangeiro Direto (IED). “Também há carência de imóveis comerciais e, além disso, não faltam recursos para financiamentos”, observa. Segundo a Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) em 2012 o crédito imobiliário alcançou R$ 82,8 bilhões no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE). Esse valor representa um aumento de 3,6% em financiamentos em relação a 2011. Mas muito abaixo dos 42% que essas operações cresceram entre 2010 e 2011 e dos 65% de incremento entre 2009 e 2010.
Ainda que o mercado imobiliário “seja dependente de um cenário mais amplo”, variando conforme as economias internacional e nacional – que tem apresentado um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) aquém do esperado -, Camargos projeta crescimento. Como exemplo, ele cita grandes mercados como o de shopping centers e novos loteamentos no interior do Estado, além do Vetor Norte da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que tem atraído investidores nacionais e estrangeiros.
No entanto, apesar desse otimismo, Camargos acredita em um certo freio em um movimento deflagrado nos últimos anos, em que algumas incorporadoras do Brasil abriram seu capital para garantir o crescimento anunciado. “Agora não é hora de as empresas abrirem o capital”, analisa o dirigente, considerando que o mercado caminha mais devagar.
Embora muitos especialistas e empresários apontem para a perda de confiança dos investidores estrangeiros no país, Camargos acredita que a dificuldade de recuperação econômica da Europa ainda pode favorecer negócios no Brasil. “O mercado imobiliário brasileiro ainda é uma alternativa boa em relação à Europa”, indica.
Fonte: ImobiliNews
Data: 04/06/2013