Construções verdes e sustentáveis estão em alta. Mas dizer isso não é suficiente. O diferencial está em comprovar. Uma das maneiras para se atingir esse objetivo é obter a certificação Leadership in Energy and Environmental Design (LEED), selo que classifica os prédios com base em sete parâmetros.
É um sistema internacional de certificação e orientação ambiental utilizado em 143 países. Aqui, o Green Building Council (GBC) Brasil é responsável pela certificação que pode ser concedida a prédios novos, reformados, escolas e hospitais. Eles são identificados por categoria a partir do tipo de construção.
O nível da certificação é definido pela quantidade de pontos adquiridos que podem variar de 40 a 110. Dependendo da pontuação, o edifício recebe a qualificação mínima para ganhar o certificado ou, num estágio mais avançado, ser identificado pelas categorias prata, ouro e platina.
“Acompanhamos um recente boom em certificações de prédios sustentáveis no Brasil e hoje ocupamos a quarta colocação em número de empreendimentos certificados no mundo”, diz Henrique Mendes, da consultoria ambiental Green Domus.
Santa Catarina tem atualmente 11 empreendimentos registrados no GBC Brasil, o que representa 1,4% do total no país. Conforme o consultor da Plasma Engenharia e Consultoria, Vinícius Ferretti, todos são pré-certificados e estão na fase de construção, porém já apresentam comprovantes para conquistar a certificação definitiva posteriormente. Ferretti acredita que o Estado tem potencial para crescer neste segmento.
O bairro Pedra Branca, em Palhoça, conta hoje com três projetos de edifícios comerciais pré-certificados. O último deles, o Atrium, conquistou a qualificação Gold. Para o diretor de engenharia do projeto, Dilnei Bittencourt, ter uma certificação independente e autônoma garante que o prédio seja verdadeiramente verde.
Ele explica que a adequação ao selo sustentável resulta em maior economia no uso e na produção de energia. Com isso, há valorização do imóvel na hora de vender ou alugar, além de ter uma taxa de condomínio mais acessível para pagar. Bittencourt ressalta que para adequar o prédio à certificação gasta-se cerca de 5% a mais na construção.
Aspectos analisados
– Espaço sustentável
Se nos apartamentos compactos a metragem não permite grandes espaços de estar ou de estoque, os prédios novos costumam oferecer áreas comuns generosas e também serviços, como lavanderia.
– Eficiência do uso da água
Promove inovações para o uso racional da água e alternativas de tratamento e reuso dos recursos.
– Energia e Atmosfera
Promove eficiência energética nas edificações por meio de estratégias simples e inovadoras, com simulações energéticas, medições, comissionamento de sistemas e utilização de equipamentos e sistemas eficientes.
– Materiais e Recursos
Encoraja o uso de materiais de baixo impacto ambiental (reciclados, regionais, recicláveis, etc.) e reduz a geração de resíduos, além de promover o descarte consciente.
– Qualidade ambiental interna
Promove a qualidade ambiental interna do ar, com foco na escolha de materiais com baixa emissão de compostos orgânicos voláteis, controlabilidade de sistemas, conforto térmico e priorização de espaços com vista externa e luz natural.
– Inovação e Processos
Incentiva a busca de conhecimento sobre Green Buildings, assim como a criação de medidas projetuais não descritas nas categorias do LEED.
– Créditos de Prioridade Regional
Incentiva os créditos definidos como prioridade regional para cada país, de acordo com as diferenças ambientais, sociais e econômicas existentes em cada local.
Fonte: GBC Brasil // Pense Imóveis