Bento Azevedo

Entre os que mais sentem o problema estão as crianças e, em especial, as pessoas alérgicas

A repetição de chuvas, por dias seguidos, os imóveis fechados e o consequente aumento da umidade nos ambientes formam o quadro ideal para a formação e proliferação de mofos. Da parede com aspecto de suja, com formação de manchas escuras, ao odor desagradável no ambiente, o “bolor” ataca móveis e utensílios domésticos e, inclusive de forma invisível, passa a interferir diretamente na saúde. Crianças e, em especial, os alérgicos são os que mais sentem o problema.
Mas o que boa parte da população desconhece é como lidar com o problema. Para o médico Luiz Antonio Sabbag, diretor do Departamento de Urgência e Emergência do Pronto-Socorro de Bauru, é preciso que as pessoas tenham informação sobre o mal causado pela presença de mofo nos ambientes em que vivem.
“É um fungo e com capacidade de se proliferar com facilidade. Se o mofo encontrar umidade farta e ambiente sem ventilação, com pouca luminosidade e entrada de luz solar nos imóveis, o mofo se acumula com facilidade. E isso oferece condições ruins para a saúde de quem convive exposto ao fungo”, conta.

Limpeza

O médico Luiz Antonio Sabbag reforça que a forma mais objetiva de combater o mofo é a limpeza. “A assepsia interna do ambiente é o passo essencial. É preciso limpar esse local afetado e impedir que ele se espalhe. É preciso garantir ventilação no interior das casas. Com muita umidade, o fungo se desenvolve.”
Outra informação importante: o mofo também pode estar “escondido” em áreas internas. Ele, frequentemente, também se desenvolve “silenciosamente” no fundo de gavetas ou embaixo de objetos que ficam durante muito tempo fixo ou com difícil acesso, como frestas, atrás de toldos, canaletas e entre paredes e instalações ou objetos domésticos.

Ventilação

Luiz Sabbag adverte que as pessoas não devem ter contato com o mofo. “Colocar a mão e inspirar pode gerar problemas de saúde. Quem tem alergia não pode estar exposto ao fungo. E mesmo quem não sofre de problema alérgico pode desenvolver restrição se submetido durante muito tempo a esse tipo de ambiente.
O lugar tem de ficar arejado. E se há pouca ventilação tem de reforçar a limpeza. Mesmo o interior de gavetas e armários é conveniente abrir sempre que puder, para ventilar o local. Se fica tudo fechado e com essa umidade elevada, piora o quadro”, reforça o médico.

Soluções caseiras

No Brasil, questões como o mofo são abordados além dos cursos de biologia. Na Universidade Federal Rural de Pernambuco, por exemplo, o curso de ciências domésticas enfrenta o problema há algum tempo. Entre as profissionais, Fátima Santiago orienta que os usuários utilizem a água sanitária para higienizar as áreas como mofo.
Soluções caseiras também estão espalhadas por diversos sites da Internet. Em todos eles, entretanto, as orientações vêm acompanhadas da necessidade de se usar luvas para impedir o contato das mãos com o bolor e máscara.
A fórmula mais comum para a limpeza é misturar um copo de água sanitária a um litro de água. É recomendável passar a solução em pano sobre o local afetado em dia de sol e deixar, se for o caso, o ambiente e o móvel exposto ao sol, para secar mais rápido.
Depois de limpar a área com o uso de uma bucha de limpeza caseira, é preciso aguardar que seque. Somente depois é que o local que teve a pintura “escamada” deve receber o reparo, e até ser repintado, se for necessário.
Entre as dicas para preservar locais onde o mofo aparece em função do contato de móveis com a parede a mais utilizada é prender ou colar junto à área de fundo de um armário, por exemplo, uma folha fina de isopor. Ele funcionará como isolante.

Fonte: Jornal da Cidade – Bauru/SP