Bento Azevedo

As chuvas históricas no Rio Grande do Sul alagaram ao menos 303 mil residências e 801 estabelecimentos de saúde em 123 cidades, segundo cálculos feitos pelo jornal Folha de S.Paulo com base em dados do IBGE e da Universidade Federal do estado (UFRGS). Além disso, 682 escolas, 1.347 templos religiosos, 2.601 propriedades rurais e mais 48 mil edifícios comerciais e públicos ficaram submersos. Estima-se que cerca de 635,8 mil pessoas moravam nas áreas atingidas diretamente.

A capital Porto Alegre teve 84,5 mil residências inundadas, seguida por Canoas (65,7 mil) e São Leopoldo (38,6 mil). Proporcionalmente, Eldorado do Sul foi a mais afetada, com 71% dos imóveis alagados. Na saúde, somente na capital, 257 edificações foram atingidas, incluindo hospitais, clínicas e laboratórios.

A reconstrução será longa, com previsão de êxodos populacionais em algumas cidades. Urbanistas defendem um planejamento regional coordenado, considerando as bacias hidrográficas. Em Porto Alegre, a prioridade é a manutenção das comportas e o redimensionamento das bombas de escoamento.

Do lado econômico, especialistas apontam a falta de investimentos e o endividamento do estado como agravantes da catástrofe. A solução passaria por propostas como a suspensão da dívida com a União, a criação de um fundo constitucional para riscos climáticos e ações de conscientização sobre a crise climática.

Fonte: Folha de S.Paulo