Bento Azevedo

Você quer montar seu próprio negócio? Muito cuidado na escolha do ponto.

A decisão na escolha do ponto, pode determinar seu sucesso ou fracasso no futuro.  Uma loja mal localizada não pode mudar de lugar com rapidez, e ainda vai  arcar com as consequências, esperar que a região da cidade mude ou a loja seja obrigada a fechar. Existem estudos especializados para a escolha do ponto comercial com base em dados, a exemplo do perfil de clientes na região; o poder aquisitivo; número de habitantes; hábitos de compra; lojas que costumam frequentar.  De acordo a lei do ponto comercial, você deve estar sempre no caminho do cliente.

Um centro comercial é formado por várias lojas de pequeno porte, cada qual especializada em algum tipo de produto, fica localizado em regiões tradicionais da cidade com alto fluxo de pessoas.  E o mercado é o conjunto de pessoas e/ou organizações cujas necessidades podem ser satisfeitas por produtos ou serviços, e que dispõem de renda para comprá-los.  Primeiro, o empreendedor define o negócio, a dimensão das instalações e a linha de produtos e depois identifica o seu público-alvo.  Os efeitos das decisões tomadas sobre o ponto de venda são de longo alcance e mais difíceis de mudar que os relacionados a produto, preço e promoção. Mudar o ponto de venda  requer tempo e dinheiro.

A teoria do lugar central de Walter Cristaller (1910), diz que é preciso duas combinações  econômicas para escolher a localização de unidades comerciais:

1ª. Deve haver sempre um volume mínimo de negócios que suporte a instalação de uma loja em um dado local, de forma rentável.

2ª. O tamanho efetivo da área comercial escolhida, terá como limites as distâncias máximas que os consumidores estarão dispostos a percorrer antes de ir a outro local de compra.

Os bares, quitandas, são localizados de forma mais dispersa, por toda a parte, e até mesmo em bairros da periferia, vilarejo, pois dependem de uma clientela local.

Negócios de supermercados, restaurantes devem obedecer a localização de centros maiores. De acordo a teoria do lugar central de Cristaller, as áreas de comércio para bens de conveniência são menores, pois possuem nível de demanda menor, uma vez que podem sobreviver com visitas frequentes da população local, a exemplo de padarias do bairro. As lojas de móveis, bens especializados, ficam umas próximas das outras, no centro comercial bem movimentado.  A compra desses bens, de conveniência ou especializados, é que determinam as localizações relativas das lojas e o tamanho de suas áreas comerciais. Evidentemente que os fatores externos incontroláveis, modificam, alterando a disposição espacial dos centros comerciais, como as diferenças de renda e de densidade demográfica, as restrições políticas e administrativas e a influência do sistema viário e de transporte.

Veja alguns princípios básicos para análise da localização de um ponto comercial:

A adequação do potencial da área, para determinar o volume de renda e de gastos com os tipos de bens a serem comercializados pela loja. Os aspectos econômicos e de mercado, como análise do local em termos de custos, produtividade, rentabilidade e crescimento futuro. O acesso, considerando os negócios de atração geradora em razão da vizinhança. O potencial de crescimento, quanto ao local da loja situado sempre em área em que a população e a renda estejam em crescimento. A atração cumulativa, uma vez que as lojas próximas podem atrair mais negócios do que as mais distantes. Existe também o grau de compatibilidade, que é o percentual de clientes visitando as duas lojas, considerando dois estabelecimentos vizinhos, eles podem se ajudarem ou sofrerem a influência negativa no volume de vendas, sendo prejudicial, quando há redução de clientes de uma das lojas. Qual é a lógica do ponto comercial? Quanto mais o varejo se concentrar em determinada região, mais pessoas, mesmo de regiões diferentes, serão atraídas.

 

Artigo publicado por Rosival Fagundes no site Administradores.com.br