Nos últimos doze meses, o preço médio de aluguéis em todo o Brasil aumentou 17,05%, de acordo com um levantamento do Índice FipeZap. Em fevereiro, houve alta de 1,61% no valor, o que representa o 8º aumento consecutivo. Os dados apontam que, entre as 11 capitais avaliadas, houve valorização no preços de todas. As cidades de Florianópolis (SC) e Goiânia (GO) apresentaram o maior crescimento, avançando 4% em fevereiro. Nos últimos doze meses, o percentual de aumento passa de 30% para as duas metrópoles. A pesquisas aponta que o aumento expressivo se deu por três principais motivos: o aquecimento do mercado após a pandemia da Covid-19, variação dos indexadores de aluguel e a valorização imobiliária das cidades, principalmente para imóveis bem localizados. Além disso, com a perspectiva de melhora de condições econômicas no período pós-pandêmica, os proprietários de imóveis realizaram a recomposição dos preços, que haviam sido congelados durante a crise sanitária de Covid-19. A troca do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) como referência de ajuste de novos contratos também levou à elevação dos preços. O IPCA aumentou 5,6% nos últimos doze meses, enquanto o IGP-M subiu 1,86%. Com isso, o valor dos aluguéis teve crescimento mais acelerado.
Para 2023, o mercado imobiliário de aluguéis deve continuar a apresentar aumentos de preços consistentes, mas com taxas mais moderadas, abaixo do presenciado em 2022. “É possível perceber que o mercado de aluguel em 2022 acompanhou o momento da economia brasileira, com crescimento registrado em todos os segmentos. O retorno ao trabalho e ao estudo de forma presencial e a estabilização de modelos híbridos foram grandes impulsionadores dessa alta, especialmente em regiões que são polos comerciais e de ensino, com boa acessibilidade. Além disso, durante o período de pico da pandemia, muitos proprietários optaram por não fazer ou fazer um reajuste menor do preço dos aluguéis, com o intuito de viabilizar o pagamento dos inquilinos num cenário de crise econômica. Em 2022, com a normalização do cenário, esta demanda que antes estava reprimida voltou a crescer e num ritmo acelerado. Para este ano, o mercado de aluguel deve continuar a apresentar aumentos de preços consistentes, mas com taxas mais moderadas. A desaceleração da economia global, somada a um contexto doméstico de juros elevados, pinta um cenário desafiador para 2023″, avalia Vinicius Oike, economista do Quinto Andar. Oike complementa que a economia global como um todo deve desaquecer em 2023 e que existe uma discussão se haverá ou não uma recessão a nível mundial. Esse cenário irá impactar diretamente a economia brasileira, que deve crescer menos, segundo o especialista.
Fonte: Jovem Pan