Bento Azevedo

Uma empresa brasileira do ramo imobiliário analisou, nos últimos 12 meses, os preços dos aluguéis cobrados nos 42 bairros de Porto Alegre e estimou o preço médio do metro quadrado desembolsado mensalmente por quem paga aluguel. Os dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb foram divulgados nesta sexta-feira (10). Confira:

Bairros com o metro quadrado mais caro da capital:
  • Três Figueiras – R$ 58,9/m²
  • Praia de Belas – R$ 45,5/m²
  • Mont’Serrat – R$ 44,7/m²
  • Petrópolis – R$ 44/m²
  • Jardim Botânico – R$ 43,5/m²
  • Moinhos de Vento – R$ 43,2/m²
  • Auxiliadora – R$ 43,1/m²
  • Boa Vista – R$ 40,6/m²
  • Chácara das Pedras – R$ 40,2/m²
  • Cidade Baixa – R$ 39,7/m²

De acordo com o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis Residenciais ou Comerciais no Rio Grande do Sul (Secovi RS), a média de metros quadrados para apartamentos de um dormitório é de 44, enquanto a média para apartamentos de dois dormitórios é de 66 m². Não há dados relativos a apartamentos com mais dormitórios.

A partir desses dados, o g1 estimou quanto se paga de aluguel, em média, para morar em apartamentos de um e dois dormitórios na Capital. Veja:

Preço estimado do aluguel em bairros de Porto Alegre

Bairros1 dormitório2 dormitórios
Três Figueiras2.591,603.887,40
Praia das Belas2.0023.003
Mont’Serrat1.966,802.950,20
Petrópolis1.9362.904
Jardim Botânico1.9142.871
Moinhos de Vento1.900,802.851,20
Auxiliadora1.896,402.844,60
Boa Vista1.786,402.679,60
Chácara das Pedras1.768,802.653
Cidade Baixa1.746,802.620,2

A QuintoAndar explica que, além do número de quartos, a presença de mobília e garagem também têm impacto na variação dos aluguéis de apartamentos e estúdios na Capital.

Segundo o cálculo feito a partir dos indicadores, em Porto Alegre como um todo, para apartamentos com um dormitório, os valores médios ficam entre R$ 870 e R$ 960, podendo chegar a R$ 1.250 para unidades mobiliadas. Já apartamentos com dois dormitórios têm uma faixa de preço variando de R$ 1.270 a R$ 1.390, podendo chegar até a R$ 1.770 caso tenha uma vaga de garagem. Para apartamentos com três dormitórios, os valores médios estão entre R$ 1.990 e R$ 2.180.

Alta nos preços

Dos 42 bairros analisados pelo índice, 38 tiveram valorização em imóveis nos últimos 12 meseso equivalente a 90% das regiões de Porto Alegre, segundo levantamento do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb.

Os preços médios dos aluguéis residenciais de apartamentos registraram um aumento de 14,28% ao longo dos últimos 12 meses na Capital.

A alta em outubro foi de 0,63% em comparação com setembro, atingindo a média de R$ 31,52 por metro quadrado, o que impactou na tendência de valorização de imóveis nos bairros Partenon, Jardim Botânico, Petrópolis e Cidade Baixa.

O Partenon, na Zona Leste, registrou a maior valorização da capital gaúcha, com aumento de 51,7% no preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais. Nessa região, o aluguel vai de R$ 600 a R$ 7 mil.

Tendência

Os dados mostram que a alta dos preços para o consumidor tem se mantido estável em Porto Alegre. Apesar de ter atingido o ápice de crescimento, o percentual acumulado nos últimos 12 meses ainda é próximo ao patamar registrado em janeiro (11,33%) deste ano, quando o valor médio do metro quadrado estava em R$ 28,88.

Conforme ressalta Pedro Capetti, especialista em dados do Grupo QuintoAndar, a tendência é a estabilidade dos valores elevados no município, o que representa um sinal do aquecimento imobiliário local, movimento em direção oposta ao registrado em demais capitais do país, nas quais, após a forte recuperação dos preços no cenário pós-pandemia, começam a observar uma desaceleração.

“A estabilização na cidade gaúcha é evidente. O que precisamos observar é se esse índice vai se manter nos próximos meses ou se irá apresentar uma redução. De modo geral, são os três primeiros meses do próximo ano que vão dar a tônica de como será o desempenho de 2024”.

 

Negociação

Nesse diagnóstico, em bairros onde predominam apartamentos menores, os valores observados tendem a ser mais elevados. Porém, os consumidores ainda têm encontrado espaço para negociação no mercado imobiliário.

“Um desconto em torno de 3% parece pequeno, mas pode representar muitas vezes uma benfeitoria no imóvel durante um contrato de 30 meses de aluguel. Os números mostram que há espaço para o inquilino barganhar e conseguir um preço que caiba em seu bolso, apesar do mercado aquecido”, ressalta Capetti.

Fonte: G1