A liberação de crédito imobiliário no Brasil sofreu uma queda de 4,4% em setembro, interrompendo a tendência de alta que prevaleceu ao longo do ano. De acordo com o Banco Central, foram concedidos R$20,7 bilhões para a compra e construção de imóveis no mês passado.
Essa mudança ocorre em um contexto de escassez de recursos para financiamento, impulsionada por saques elevados da poupança, juros altos e crescente demanda por imóveis. No acumulado de 2024, o crédito imobiliário com recursos da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi 27,3% superior ao mesmo período de 2023.
As instituições financeiras são obrigadas a aplicar 80% dos depósitos de poupança em taxas reguladas. Em setembro, houve um recuo de 4,7% nessas taxas, com R$17,8 bilhões concedidos, comparados a R$18,6 bilhões em agosto. As taxas de mercado caíram 2,2%, totalizando R$2,9 bilhões.
O ministro das Cidades, Jader Filho, e o presidente da Caixa, Carlos Vieira, sugeriram ao Banco Central a redução do recolhimento compulsório dos depósitos de poupança de 20% para 15%, o que poderia liberar cerca de R$20 bilhões para financiamento habitacional.
A Caixa Econômica Federal, responsável por 68% do crédito imobiliário no país, enfrenta limitações. Com apenas 15% do orçamento anual restante, a instituição financeira adotou novas regras – que começam a valer a partir desta sexta-feira (1 de novembro) – reduzindo a cota máxima de financiamento de 80% para 70%.
Fonte: Diário do Comércio