Bento Azevedo

Saiba a melhor maneira de agir se o orçamento ficar abaixo do previsto

O mercado imobiliário estava favorável, cheio de ofertas, promoções e era a hora de aproveitar o momento para comprar o imóvel próprio. Mas, de repente, as coisas mudaram. Um vírus está mudando a realidade de muitas pessoas, o desemprego bateu na porta e, entre uma e outra sequência de fatores, ficou complicado continuar pagando o financiamento. Antes de entrar em desespero, é importante saber que existem opções para se livrar do aperto. E, com calma, é importante avaliar se é melhor renegociar a dívida ou colocar o imóvel a venda.

Na hora que o aperto chegar, a primeira providência é analisar o contrato direito. “Algumas construtoras criaram um seguro contra o desemprego, que, se contratado, já está embutido no valor. Ele pode cobrir algumas prestações enquanto as finanças são reorganizadas, mas ainda é uma modelagem que muita gente não faz a opção na hora de fechar o financiamento”, explica o economista Marcelo Barros.

Se não for o caso, o economista indica como segunda possibilidade tentar renegociar a dívida com a construtora ou com o banco. “É possível tentar diminuir a prestação e pagar por mais tempo”, analisa Marcelo Barros. Esta possibilidade leva vantagem no atual cenário de crise econômica, já que o momento difícil atinge não só os consumidores, mas também as instituições financeiras e as incorporadoras. O cenário econômico atribulado pode deixar ambos mais flexíveis em relação a uma negociação, porém o que vale, no final, é o que está no contrato e nenhum dos dois é obrigado a aceitar a negociação.

Outra opção que muitos bancos estão oferecendo no momento é a pausa das parcelas do financiamento por um período de 90 dias.

Analisar o mercado e estudar a transferência da dívida para outra instituição financeira também pode entrar nos planos. Mas, para a possibilidade ser vantajosa.

Ainda é possível tentar usar o recurso do FGTS para abater o valor da dívida e, com o saldo devedor menor, pode-se manter o mesmo prazo para quitar, diminuindo assim o preço das parcelas. Porém, o recurso do fundo só pode ser usado em um intervalo de dois anos. Ou seja, se o FGTS foi usado na hora da compra, será preciso esperar esse tempo.

Outra maneira de tentar amenizar a situação com o FGTS é pagar algumas prestações com o recurso. As regras validam o pagamento de até 12 parcelas, entre elas, três já vencidas. Neste caso, após a operação, pode-se usar o recurso novamente e, no total, é possível usar os recursos do fundo para pagar até 80% das prestações, somando juros e multas de parcelas vencidas.

“O bom de movimentar o saldo do FGTS é que ele não rende bem parado, ficando abaixo da poupança ou inflação, daí você investe em algo mais rentável, que é o imóvel e ainda consegue se livrar dos juros altos dos bancos”, reforça José Roberto de Araújo Neves, contador e professor de Contábeis da faculdade Esuda.

Depois de esgotadas todas as possibilidades, é hora de encarar a possibilidade de colocar o imóvel a venda. “Se apertar, o melhor é tentar revender mesmo. Afinal de contas, o cenário mais extremo de negativo é embolar a dívida e, ao final de tudo, o imóvel ir a leilão depois de um processo judicial. Portanto, o mais importante é não cair na inadimplência”, ressalta o economista. Porém, é importante ter consciência que, neste momento, com a crise e a grande oferta de imóveis à venda no mercado, você pode não conseguir o valor que seria mais justo pelo seu imóvel. Mas, paciência, afinal de contas, as previsões é que o mercado imobiliário volte a reagir a partir do meio do ano e sempre há tempo para um recomeço.

Fonte: ZAP Em Casa