A capital do Rio Grande do Sul registrou, em 2034, o estoque mais baixo de imóveis novos desde 2020, com 4.802 unidades disponíveis para compra. A informação foi divulgada pela pesquisa Panorama do Mercado Imobiliário, realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS) em conjunto com Alphaplan e Órulo.

Esse cenário contradiz a percepção popular do aumento de obras na cidade. Tiago Jung Dias, sócio-diretor da Alphaplan, explica que a alta taxa de juros é um dos fatores limitadores para lançamentos e vendas. “A taxa Selic alta limitou o acesso ao crédito, dificultando lançar e comercializar novos imóveis”, afirma Dias.

Os lançamentos imobiliários caíram de R$ 3,4 bilhões em 2023 para R$ 2,6 bilhões em 2024, segundo o Sinduscon-RS. Como resultado, o consumo do estoque aumentou, atingindo uma redução de 3% ao longo do ano, com 2.848 unidades lançadas e 4.490 vendidas.

A pesquisa não considera imóveis do Programa de Habitação de Interesse Social (Minha Casa, Minha Vida e semelhantes). Os dados abrangem novos imóveis prontamente habitáveis, voltados para residência ou comércio, em formatos vertical (torres) e horizontal (casas).

Em 2025, o setor imobiliário observa a taxa de juros com atenção. Na última rodada, o Copom ajustou a Selic de 12,25% para 13,25%. “Com essa taxa, fica penoso tanto para quem compra quanto para quem constrói”. O setor imobiliário gaúcho aguarda algum alívio para reaquecer lançamentos e vendas.