O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior índice desde 2006. A medida tem como objetivo conter a inflação, mas traz impactos imediatos e significativos para o setor imobiliário — especialmente no que diz respeito aos financiamentos habitacionais e ao ritmo de investimentos no mercado.


📉 Financiamentos mais caros e menor poder de compra

A principal consequência para o consumidor é o encarecimento do crédito imobiliário. Com os juros altos, as parcelas dos financiamentos sobem, exigindo maiores valores de entrada ou redução nos prazos para manter a viabilidade do contrato. Essa realidade afasta muitos compradores e reduz a capacidade de aquisição, especialmente das famílias de renda média.

Segundo a advogada Jéssica Wiedtheuper, especialista em direito imobiliário, “os contratos com taxa fixa de juros não sofrem alteração, mas os novos acordos podem vir com exigências mais rígidas devido ao novo cenário da Selic”.


💸 Menor atratividade para investimentos no setor

A alta dos juros também impacta os investidores. Aplicações em renda fixa tornam-se mais rentáveis, o que leva à migração de recursos que antes iriam para o mercado imobiliário. Além disso, os bancos que operam com recursos da poupança (SBPE) enfrentam queda na captação, comprometendo o funding para financiamentos.

De acordo com Peixoto Accyoli, CEO da RE/MAX Brasil, “a base de captação dos bancos é reduzida com a migração de capital para ativos mais rentáveis, afetando o setor como um todo”.


🏦 Alternativas: portabilidade e planejamento

Em meio ao cenário de juros elevados, a portabilidade de financiamento surge como uma opção para aliviar o orçamento de quem já está com um contrato ativo. Luiz França, presidente da Abrainc, lembra que “o mecanismo permite adaptar os fluxos de pagamento às condições do comprador, mesmo com juros altos”.

A recomendação dos especialistas é que a decisão entre financiar agora ou aguardar deve considerar o perfil e a urgência do comprador, além de contar com uma análise financeira cuidadosa.


🚨 Setor reage: críticas e preocupações com a economia

Diversas entidades criticaram a decisão do Banco Central. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) declarou que o aumento da Selic “impõe um fardo ainda mais pesado à economia brasileira”, enquanto a Abrainc alertou para os riscos ao crescimento e à geração de empregos.

Para a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos, “os juros altos encarecem o crédito e inibem investimentos produtivos”. Ela destaca que, embora as vendas de imóveis novos tenham crescido 17% no primeiro bimestre de 2025, os lançamentos recuaram 7%, refletindo o clima de incerteza e cautela entre incorporadoras e investidores.


🔍 Panorama do mercado: números revelam desaceleração

  • Vendas de imóveis: queda de 3,2% nos últimos 12 meses até janeiro

  • Lançamentos: alta de 5,5% no mesmo período

  • Problema nº 1 do setor, segundo pesquisa da CNI/CBIC: taxa de juros elevada


A alta da Selic para 14,75% coloca o mercado imobiliário em um momento de alerta. O setor, que vinha mostrando sinais de recuperação, agora precisa lidar com crédito mais restrito, investimentos mais cautelosos e custos mais altos. Para consumidores e investidores, o cenário exige planejamento financeiro estratégico e avaliação criteriosa das oportunidades.

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