As taxas de financiamento imobiliário não devem voltar a cair tão cedo. O custo mínimo das operações permanece estacionado em 10,49% ao ano desde 2023, e a expectativa é que fique no nível atual pelo menos até meados de 2025. O mercado projeta a manutenção do atual patamar da Selic, de 10,5% ao ano, por alguns trimestres, inviabilizando a queda das taxas de financiamento.
“Não vejo condições para os bancos nem aumentar nem reduzir a taxa até o ano que vem”, afirma Priscilla Basso, coordenadora de crédito imobiliário da plataforma MelhorTaxa. Enrico Trotta, chefe de pesquisa da Tivio Capital, explica que os contratos de juros futuros não indicam a taxa básica abaixo de 8,5% nos próximos dois anos. “Pela regra da poupança, quando a Selic cai para esse nível, a caderneta passa a render 70% da taxa básica, o que pode ajudar em uma eventual redução da taxa do crédito imobiliário”.
Nos primeiros meses deste ano, economistas e agentes de mercado projetavam que a Selic chegaria ao fim de dezembro em um dígito. No entanto, após uma piora na percepção de risco fiscal e incertezas no cenário externo, o Banco Central desacelerou o passo. A mudança de cenário impactou diretamente as expectativas de redução das taxas de financiamento.
Por outro lado, antes de aumentar o custo do crédito para o consumidor, os bancos podem elevar a régua e se tornarem mais seletivos nas aprovações, pondera Basso. “Os bancos conseguem segurar as taxas, porque podem ter uma postura mais seletiva se o cenário ficar mais difícil e flexibilizar as análises, em caso de melhora”.
Fonte: Valor Econômico
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