Em discussão no Senado, o texto que regulamenta a Reforma Tributária pode encarecer os imóveis tanto para aluguel quanto para compra, segundo especialistas. Os preços devem subir caso o setor imobiliário não consiga uma alíquota de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) com desconto de 60% sobre o IVA total.
Análises técnico-econômicas apontam que, na média, o aluguel aumentaria entre 5% e 10%. “Como consequência, menos famílias vão acessar o aluguel, porque vai ser necessário ter uma renda maior”, diz o presidente executivo do Secovi-SP, Ely Wertheim.
Outra consequência do texto da reforma no setor imobiliário é o possível aumento das parcelas mensais dos financiamentos imobiliários, tornando o acesso ao crédito mais desafiador. Segundo o especialista em finanças Marlon Glaciano, os bancos podem ajustar suas taxas de juros para compensar o aumento do risco, potencializando ainda mais os custos para os compradores. “Esse cenário pode desacelerar o mercado imobiliário, afetando tanto as vendas quanto a construção de novos imóveis”, alerta.
Para os investidores imobiliários, a reforma também traz desafios. A nova alíquota de desconto de aproximadamente 40% para ganhos de capital em imóveis deve implicar em uma tributação final em torno de 15%, modificação que se reflete na rentabilidade calculada tanto para transações de compra e venda quanto para receitas de aluguel.
Neste contexto, investimentos isentos de Imposto de Renda, como CRIs, LCIs e debêntures incentivadas, podem se mostrar mais atrativos. Outra estratégia é diversificar a carteira, investindo em empresas multinacionais, exportadoras ou ativos internacionais.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado decidiu criar um grupo de trabalho para analisar o texto da Reforma Tributária aprovado na Câmara, e vai realizar audiências públicas para embasar as sugestões de alterações ao projeto.
Fontes: E-Investidor/Estadão e Agência Senado