A Caixa Econômica Federal, que começou a apertar as regras do crédito imobiliário do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) devido a escassez de recursos, tem travado também alguns contratos do Minha Casa, Minha Vida. Os problemas estariam ocorrendo nas faixas 1 (renda até R$ 2.640 por mês) e 2 (até R$ 4.400/mês) do programa, destinadas às famílias com menor renda, segundo informa a coluna de Giane Guerra, no portal GZH.

A causa central é a falta de repasse do subsídio pelo Executivo ao banco. No Sul do país, a faixa 3 do MCMV é a única que está com a contratação normalizada, de acordo com a diretora de Assuntos Habitacionais do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul (Sindimoveis-RS), Simone Carvalho.

Enquanto isso, a partir desta sexta-feira, 1º de novembro, entram em vigor regras mais restritivas para financiamentos da Caixa com recursos da poupança. No Sistema de Amortização Constante (SAC), a cota de empréstimo cai de 80% para 70% do valor do imóvel. No sistema Price, a redução é de 70% para 50%.

Os novos limites impõem um teto de R$1,5 milhão para o valor do imóvel financiado e impedem a contratação por CPF que já possua financiamento ativo. Na prática, os compradores precisarão dar uma entrada maior para conseguir crédito imobiliário pelo banco. Para um imóvel de R$800 mil no sistema SAC, por exemplo, a entrada passa de R$160 mil para R$240 mil.

O banco informou que as mudanças não têm prazo de validade e não afetam financiamentos já existentes. A Caixa justifica as alterações pelo aumento na demanda por crédito imobiliário e pelos saques na poupança, fonte dos recursos do SBPE.

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), setembro registrou o maior volume de saques líquidos da poupança no ano, totalizando R$7,1 bilhões. A Caixa, responsável por quase 70% do mercado, concedeu R$175 bilhões em crédito imobiliário até setembro, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023.

Fontes: GZH e g1