O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 10,50% ao ano, como forma de conter a inflação, mas a interrupção do ciclo de cortes pode impactar diretamente o mercado imobiliário. Quando os juros estão baixos, as construtoras aceleram projetos e os clientes têm maior capacidade de compra. Já com juros altos, as obras andam mais devagar e o potencial de compra diminui.

A redução da taxa de juros é fundamental para o desenvolvimento saudável das empresas brasileiras, especialmente no setor imobiliário, afirma Eduarda Tolentino, sócia e presidente da BRZ Empreendimentos. Ela argumenta que, “com juros menores, as construtoras têm maior acesso ao mercado de capitais e não dependem apenas do financiamento do FGTS. Além disso, a compra do imóvel se torna mais acessível para os clientes, devido à redução do comprometimento de renda e melhores condições de empréstimos”.
A empresária lembra uma fala do presidente do Conselho de Administração da MRV, Rubens Menin, que compara os juros à quimioterapia: “quando se erra para menos, não atua na correção ideal e, quando se erra para mais, acaba promovendo mais prejuízos do que benefícios”.

Diante das variações das taxas de juros, o conselho para construtoras é criar estratégias, como avaliar a rentabilidade de novos projetos, monitorar tendências macroeconômicas e adotar uma visão de longo prazo. “Em tempos de juros baixos, é a hora de investir com mais força nos projetos. Porém, também é o período de pensar no que pode ser feito para a empresa estar pronta quando a taxa subir”, afirma a empresária.

Fonte: Money Times