Novos contratos de aluguel em 2024 tiveram uma alta de 13,5% em relação ao ano anterior, superando a inflação de 4,83% medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), segundo o Índice FipeZap. A diferença de 8,67 pontos percentuais entre a inflação oficial e os valores de novos aluguéis indica uma valorização real no setor.

Nos últimos cinco anos, o aumento acumulado chegou a 45,1%. Imóveis de um dormitório lideraram a alta em 2024, com 15,18%, seguidos por unidades de quatro ou mais dormitórios (14,17%).

“Os aluguéis tiveram uma valorização real significativa, refletindo uma possível pressão de demanda maior do que a inflação geral dos preços”, explica Alison Oliveira, pesquisador da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).

O baixo desemprego e o aumento do poder aquisitivo das famílias contribuíram para a aceitação de aluguéis mais caros. Simultaneamente, a alta da Taxa Selic encareceu o crédito imobiliário, levando famílias a adiarem a compra da casa própria e não terem outra escolha além da locação.

“Famílias que moram de aluguel tendem a adiar decisões de aquisição de imóveis, tanto pelos preços já muito elevados em relação à renda, quanto pelo crédito mais oneroso e restrito”, afirma André Paiva Ramos, conselheiro do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia)

Apesar da expressiva alta, o índice de 2024 ficou abaixo dos registrados em 2022 (16,55%) e 2023 (16,16%), indicando uma possível estabilização do mercado de aluguéis.

Fonte: UOL