Com a subida dos juros e a expectativa de que a Selic atinja 14,25% ao ano em março de 2025, a Caixa Econômica Federal aumentou as taxas do crédito imobiliário. O banco segue a tendência de outras instituições financeiras privadas que já haviam anunciado aumentos.
O reajuste da Caixa – válido desde 2 de janeiro – foi de 1 a 2 pontos percentuais, dependendo da modalidade.
As novas taxas para financiamentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) variam de TR (Taxa Referencial) mais 10,99% a 12% ao ano, ou remuneração da poupança mais 4,12% a 5,06% ao ano. O prazo máximo de financiamento permanece em 420 meses.
“Isso (aumento na taxa) já era um pouco esperado, por causa da alta da Selic. Não tem como fugir. Mas, ainda assim, estamos competitivos em relação a outras taxas praticadas no mercado”, afirmou Inês Magalhães, vice-presidente de habitação da Caixa.
Magalhães afirmou ainda que o banco pretende manter em 2025 o mesmo volume de financiamentos imobiliários visto em 2024, quando ficou na ordem de R$ 80 bilhões, alta de quase 7% ante 2023. “Para manter o volume, é preciso que a taxa se pague”, explicou Magalhães.
O reajuste não afeta o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que mantém taxas entre 4% e 8% ao ano, subsidiadas pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A Caixa já havia endurecido as condições de empréstimos em 2024: reduziu percentuais de financiamento no SAC e Tabela Price, limitando-os a imóveis de até R$ 1,5 milhão. Para valores maiores, foi criada uma linha com juros pós-fixados.
Para José Urbano Duarte, consultor de habitação e ex-vice-presidente da Caixa, todas essas mudanças podem alterar o perfil do comprador, exigindo renda média mais alta ou reduzindo o valor médio dos imóveis financiados.
Fonte: Estadão
- Próximo Artigo Caixa eleva taxa de juros do financiamento imobiliário